segunda-feira, 3 de maio de 2010

Goiânia tem 90% de rios e córregos poluídos



Em Goiânia 90% dos rios são contaminados por algum tipo de poluição, que coloca em risco significativamente a saúde tanto da população que vive próximo às margens do leito, quanto de outras áreas da cidade. Para se ter uma idéia, é comum a produção de hortaliças nas margens dos rios poluídos que normalmente são revendidas em comércios por toda a cidade, chegando à mesa de muitos consumidores e prejudicando a saúde. Outros graves problemas é o costume da população ribeirinha em criar porcos e o lançamento de esgoto in natura. Segundo o gerente de Monitoramento Ambiental, Ramiro Cristino, as criações de porcos e as plantações de hortaliças são retiradas do local quando identificadas através de monitoramento feito pela Amma . Ontem, no dia mundial da água, a ONU divulgou relatório que demonstra que a água poluída mata mais no mundo que a violência. Apenas o Rio Meia Ponte possui 20 pontos de lançamento de esgoto in natura, alguns feitos pela própria Saneago, que já segue um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) , que estabelece que a empresa tem até 2012 para efetuar a completa regularização do esgoto. De acordo com Ramiro Cristiano, a preocupação maior agora é preservar as nascentes. “Criações de parques, é uma forma de preservar e recuperar a nascente dos rios”, afirma. Ramiro conta que é feito um trabalho de monitoramento onde já foram encontradas pocilgas de criações suínas que poluíam as águas. Ele alerta também para uma maior conscientização da população com a questão do lixo que também exerce significativa influência nos índices de poluição das águas. O trabalho de monitoramento realizado pela Amma não resolve o problema sozinho. O simples entupimento de esgoto extravasa todos os resíduos para galeria pluvial e consequentemente poluição os rios. “Encontra-se tudo nos rios, desde carcaças de animais, colchões, vasos sanitários, pias e materiais de cozinha", destacou. De acordo com Ramiro 50% das nascentes da capital já são poluídas. Para o gerente de arquitetura e engenharia ambiental da Amma, Antônio Esteves, a construção dos parques além de preservar as nascentes, a partir de agora também irá reutilizar a água de estabelecimentos da região. No caso do Parque Jerivá, inaugurado ontem (veja abaixo), foi feito uma parceria com as construtoras dos novos prédios instalados na região para reutilizar a água do subsolo e das calhas da edificação. “A água reutilizada será guardada em um reservatório que tem capacidade para 75 mil litros”, afirma. Os novos empreendimentos que cercam o Parque Flamboyant também seguem esse critério. Além disso, segundo Antônio, os lagos têm a função de controle de vazão das águas da chuva, evitando inundações, exercendo também a drenagem do local. A Amma destaca que a criação dos novos parques evitam ocupações que podem poluir a nascente dos rios, jogando esgoto, entulhos e impureza. “Os parques não são feitos apenas no sentido estético, eles têm função de regular a ocupação do espaço”, disse.O Ministério Público também expediu ontem recomendação para que a Agência Municipal do Meio Ambiente e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente realizem a fiscalização, das edificações próximas aos rios, de acordo com a lei municipal nº 177/08, que determina a largura mínima de 50 metros a partir das margens de todos os córregos no município. Segundo o promotor da área de meio ambiente, Marcelo Fernandes, apenas algumas edificações que já estavam consolidadas há mais tempo são permitidas continuar com distância de apenas 30 metros de largura das margens do rio. Principais rios poluídos em Goiânia, segundo a AMMA Rio Meia Ponte: 20 pontos de lançamento de esgoto in natura Ribeirão AnicunsCórrego MacambiraCórrego Mingau Córrego PalmitoCórrego Vaca BravaCórrego SumidouroCórrego Buriti Córrego Carmo Bernardes

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